As motos elétricas estão ganhando protagonismo nas estratégias da Honda. Em coletiva de imprensa realizada no último dia 20 de maio de 2025, o CEO Global da empresa, Toshihiro Mibe, revelou planos ambiciosos para o futuro da mobilidade elétrica sobre duas rodas. Segundo o executivo, a companhia vai ampliar de forma significativa os investimentos em eletrificação, o que inclui a construção de uma nova fábrica dedicada exclusivamente à produção de motos elétricas, com início das operações previsto para 2028.
A decisão marca uma virada importante na estratégia da montadora japonesa, que pretende consolidar sua presença em mercados emergentes e avançar na liderança global no segmento. A fábrica será instalada na Índia, um mercado estratégico onde a demanda por soluções de mobilidade íveis e sustentáveis cresce rapidamente. Apesar dos avanços de mercado em duas rodas, o Brasil segue fora do radar da nova fase “eletrificada” da Honda. Ao menos até o momento.
A proposta é oferecer modelos mais íveis, eficientes e compatíveis com a realidade urbana de diferentes países. Embora a Honda já tenha iniciado a comercialização de alguns modelos elétricos em países da Ásia, a nova planta deve ampliar a oferta e permitir maior escala de produção, respondendo à crescente demanda global por motos elétricas.
Motos Elétricas: estratégia global
Segundo a Honda, a transição para modelos elétricos será feita de forma gradual e coordenada com a otimização dos motores a combustão interna (ICE). Além disso, a empresa pretende expandir sua linha de motocicletas compatíveis com motores flex, especialmente em mercados onde o uso de biocombustíveis é relevante. Caso do Brasil.
Essa abordagem híbrida demonstra que a empresa não abandona imediatamente os modelos tradicionais, mas reconhece a necessidade de evolução tecnológica. A Honda prevê, assim, um equilíbrio entre inovação e adaptação à realidade dos mercados locais, como forma de garantir competitividade e sustentabilidade a longo prazo.
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Portfólio de motos elétricas Honda
Os primeiros os rumo à eletrificação já foram dados. Em fevereiro deste ano, a Honda iniciou as vendas dos modelos elétricos Activa e: e QC1 na Índia. Outros modelos voltados à mobilidade urbana, como CUV e: e ICON e:, estão sendo lançados em mercados do Sudeste Asiático, como Indonésia, Tailândia, Vietnã e Filipinas. A expectativa é que o CUV e: chegue à Europa e ao Japão ainda em 2025.
Esses lançamentos fazem parte de um plano maior que inclui o desenvolvimento contínuo de produtos atrativos para diferentes perfis de consumidores. O objetivo é atender desde o público urbano que busca soluções práticas até usuários que priorizam desempenho e autonomia.
Projeções para o futuro
A Honda projeta um crescimento sustentável para sua divisão de motocicletas. Com a ampliação da linha elétrica e a manutenção da produção de modelos a combustão otimizados, a empresa pretende alcançar uma participação de mercado global de 50% até o ano fiscal de 2031, com um retorno sobre vendas superior a 15%.
Essas metas ambiciosas indicam que a Honda pretende não apenas acompanhar a tendência de eletrificação, mas liderar esse movimento no setor de duas rodas. A fábrica na Índia será peça-chave nesse processo, criando uma infraestrutura capaz de sustentar a demanda e promover a competitividade dos produtos em escala global.
A construção de uma nova fábrica dedicada à produção de motos elétricas representa um o significativo na transformação da Honda em uma marca alinhada aos princípios da mobilidade sustentável. Com o foco inicial em mercados asiáticos e europeus, a empresa reforça seu compromisso com a inovação e com a liderança no setor.
Apesar da ausência do Brasil nos planos imediatos, o avanço da eletrificação global pode, em breve, impulsionar mudanças também por aqui, à medida que as motos elétricas ganham força no cenário internacional.