O número 1 na MotoGP voltou aos holofotes em 2025, mas não exatamente pelos motivos que os fãs esperavam. Jorge Martín, campeão da temporada ada, adotou o #1 mas até o momento, a temporada tem sido sido acompanhada por reveses dentro e fora das pistas.

Maldição do Número 1 na MotoGP: ganha novo capítulo com Jorge Martín
A decisão de Martín reacendeu uma antiga discussão entre pilotos e fãs: seria o número 1 um símbolo de status ou um peso? Desde que Valentino Rossi recusou usá-lo em 2002, poucos campeões optaram por carregar esse distintivo em suas motos, e quase todos que o fizeram enfrentaram dificuldades na temporada seguinte.
No caso do piloto espanhol, a escolha coincidiu com uma sequência de acidentes e lesões que comprometeram seu desempenho em 2025. Após uma queda grave no GP do Catar, Martín sofreu múltiplas fraturas e um quadro clínico preocupante.
Jorge Martín e o impacto da temporada 2025
A trajetória de Martín em 2025 tem sido marcada por reveses físicos desde a pré-temporada. Ainda nos testes preparatórios, o piloto sofreu um acidente que comprometeu seu início de ano. Pouco antes da primeira etapa, outra lesão o afastou do GP da Tailândia, prova de abertura do campeonato.
A esperança de um recomeço surgiu no GP do Catar, quando Martín finalmente retornou à pista. No entanto, a participação foi interrompida por uma queda grave durante a prova em Lusail. O piloto caiu sozinho, sendo atingido na sequência pela moto de Fabio Di Giannantonio. O impacto causou fraturas em 11 costelas e uma perfuração pulmonar, levando ao diagnóstico de hemopneumotórax — acúmulo de sangue e ar no tórax.
Internado em Doha, Martín recebeu alta médica neste domingo (20/04), mas permanecerá no Catar para tratamento e estabilização de seu quadro clínico antes de retornar à Europa em voo assistido.
O número 1 e sua história na MotoGP
O número 1 na MotoGP carrega uma longa tradição de prestígio, mas também de resultados instáveis. Durante décadas, a escolha de carregar a placa de campeão era quase automática entre os grandes nomes da motovelocidade. Nomes como Kenny Roberts Jr., Nicky Hayden e Casey Stoner aderiram ao número após suas conquistas.
Contudo, desde de Valentino Rossi, essa tradição começou a mudar. Rossi optou por manter o icônico número 46 mesmo após suas conquistas, influenciando uma nova geração de pilotos a priorizar a marca pessoal em detrimento da simbologia oficial.
Entre os campeões recentes, Marc Márquez, Joan Mir e Fabio Quartararo também seguiram essa linha, mantendo seus números pessoais mesmo após conquistar títulos mundiais. A decisão de Martín de adotar o número 1, portanto, quebrou uma sequência e reacendeu a curiosidade sobre o “peso” do número na categoria.
Casos anteriores e o estigma do número 1
A chamada “maldição do número 1” tem respaldo em casos anteriores. Stoner, Hayden e Lorenzo optaram por correr com o número 1 em suas motos, mas nenhum deles conseguiu defender o título no ano seguinte. A coincidência de desempenhos abaixo do esperado acabou transformando o número em um símbolo controverso, evitando por muitos pilotos.
Lorenzo, por exemplo, retornou ao número 99 após sua tentativa com a placa de campeão. Já Márquez, mesmo em sua fase mais dominante, permaneceu com o 93. O retorno do número 1 ao grid aconteceu, com sco Bagnaia, representando uma exceção recente: Pecco conseguiu conquistar seu bi campeonato (2023), quebrando a mística negativa associada à escolha.
Aprilia confirma substituto na Espanha
Com Martín fora de combate por tempo indeterminado, a Aprilia confirmou o italiano Lorenzo Savadori como piloto substituto para o GP da Espanha, em Jerez. A equipe trabalha com cautela no retorno do campeão, que já declarou não ter pretensões de disputar o título de 2025.
Em entrevista ainda no mês ado, Jorge Martín já havia descartado a disputa pelo título: “Não estou sob pressão, não tenho que provar nada. Voltarei com paz de espírito quando estiver totalmente recuperado. Vou adiar minha revanche para 2026.”
A escolha de Martín em adotar o número 1 na MotoGP reacendeu um debate relevante sobre tradição, marketing e pressão psicológica nos esportes de alto rendimento. Embora o número represente uma honra legítima, o histórico recente evidencia que ele pode se tornar um fardo — especialmente quando aliado a uma sequência de lesões ou expectativas.
Martín, ao optar pela placa de campeão em sua estreia na Aprilia, parecia determinado a seguir o exemplo de Bagnaia. Mas vamos ser honestos: não existe como afirmar que os acidentes de Jorge Martín são “culpa” do número 1 estampado na frente de sua moto. Até porque o piloto espanhol tem um histórico irregular com quedas. Porém, temos que itir: essa é uma temporada para ele esquecer!
O campeonato de 2025 segue com seu calendário original, e a próxima etapa está marcada para os dias 25 a 27 de abril. O GP da Espanha será a quinta etapa da temporada, iniciando a série de corridas na Europa.