Se você está pensando em comprar uma motocicleta ou acompanha o mercado por simples curiosidade, certamente ficou com a impressão de que as motos estão mais caras em 2023. E estamos aqui para provar que, infelizmente, não é uma mera impressão particular sua. Os preços estão sim mais altos. Mas quanto?
Porque as motos estão mais caras
Os preços das motos vêm numa crescente escalada nos últimos anos e foi no período pós-pandemia que deu seus maiores saltos. Com o acréscimo no valor das 0km, as usadas também ficaram mais caras, gerando um efeito bola de neve.
A principal justificativa para o fenômeno está na inflação. Se em 2020 ela subiu indesejáveis 4,52%, em 2021 saltou assustadores 10,1%. No ano seguinte continuou acelerada, fechando o calendário em 5,8%. Por isso, o custo de vida no país encareceu em todas as áreas, inclusive para a compra de bens de consumo duráveis como as motos.
Há outros fatores, claro. Junto da pandemia, ouve escassez de componentes e materiais que gerou redução na capacidade produtiva. Do outro lado, o boom do delivery fez aumentar a procura por motos novos, desequilibrando a balança de oferta e demanda que rege o mercado. Se em meados de 2021 este movimento era fortíssimo, ainda hoje sentimos suas consequências.
Vale lembrar que, apesar das motos estarem mais caras, felizmente o mercado segue em expansão. Ano ado o Brasil produziu mais de 1,4 milhão de motocicletas, número que deve ser superado muito em breve em 2023.
Quanto as motos estão mais caras
Para mostrar que este assunto das motos estarem mais caras não é coisa da sua cabeça, vamos às provas. Separamos modelos de diferentes marcas, tamanhos e segmentos para mostrar que, não importa o produto, você irá pagar mais por uma motocicleta hoje que há 12 meses – e muito mais se compararmos com o período pré-pandemia.
Honda CG 160
A CG 160 é a moto mais vendida do Brasil e não teve nenhuma mudança minimamente relevante de 2019 para cá, exceto o preço. A versão FAN é a mais comercializada e custava R$ 10.400 em julho de 2019. Em 2022 seu valor de mercado já era R$ 16.813 e em 2023, custa R$ 18.013. Ou seja, de 2019 para cá ficou 73% mais cara.
Yamaha Lander 250
Sucesso entre as motos trail, a Lander 250 é mais um exemplo de como as motos estão mais caras em 2023. O modelo 2019 é tecnicamente idêntico ao vendido atualmente, exceto no preço. Se em 2019 ela custava R$ 17.742, em 2022 já era encontrada por aproximadamente R$ 24.211 nas lojas. Hoje, é preciso desembolsar R$ 26.417 para comprar a mesma moto. Uma diferença de 49%.
Honda PCX
A PCX é a scooter mais vendida do Brasil. Já era em 2019, quando custava ‘apenas’ R$ 13.228 nas lojas. Em 2022 seu preço disparou para R$ 19.811 e recebeu uma nova geração, a PCX 160. Atualmente, as 150 cc restantes nas lojas são avaliadas em R$ 20.293. Ou seja, 53% mais caras.
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BMW R 1250 GS
Não são apenas as motos urbanas ou íveis que estão mais caras. Todas estão, incluindo as big trail. No fim de 2019 uma GS 1250 Sport custava R$ 70.510 nas lojas, valor que saltou para R$ 89.438 em 2022. Agora, mais um o, R$ 94.826. Neste período o modelo ficou 34%, ou R$ 24 mil, mais cara.
Kawasaki Ninja 400, motos esportivas estão mais caras
A Ninja costuma ser a segunda moto esportiva mais vendida do país, atrás apenas da R3. Se em 2019 a máquina verde custava pouco mais de R$ 25 mil, em 2022 este valor já era de R$ 35.394. Agora, são R$ 36.911. A japonesa de 400 cc viu seu preço disparar R$ 11,7 mil, ou 46%.
Harley-Davidson Fat Boy
Não seria justo terminar essa lista sem uma moto custom, então escolhemos a mais vendida das Harley. Se os R$ 82.115 que uma Fat Boy 114 custava em 2019 já podem parecer salgados para quem não está habituado às cifras da marca, o que dizer dos R$ 127.327 de 2022? Ou dos R$ 135.412 que o modelo custa atualmente? De 2019 para cá ela ficou R$ 53 mil mais cara, num crescimento de 64%.