Venda de moto cresce 4% no primeiro trimestre

A informação contida no título desta notícia é boa, finalmente, mas não significa que nosso combalido mercado de motocicletas esteja a caminho da recuperação rápida. Apesar da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – comemorar o forte crescimento da produção de motocicletas no primeiro trimestre de 2018 – 12,2% – quando comparado com o mesmo período de 2017, seus executivos também ponderam que esse crescimento apenas repõe os estoques que estavam bem baixos desde o final do ano ado.

Quem trabalha no setor sabe que com o mercado andando de lado com foi o ano ado, a produção se manteve contida e quando houve pequena reação nas vendas, como aconteceu neste início de 2018, os fabricantes aumentaram a produção para abastecer suas redes de distribuição e incentivar vendas melhores diante da retomada do otimismo no mercado. “Há tempos não começávamos um ano com um horizonte tão positivo e isto nos deixa confiantes”, diz Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

Quem resiste à fase de vacas magras mantém a confiança, mas não pode mergulhar no otimismo exagerado. O setor ainda carece de uma análise mais aprofundada para ter claro o que está acontecendo e quais caminhos nosso mercado pode percorrer para voltar a crescer de forma sólida e sustentável, como prevê Fermanian. A própria associação mantém a cautela e a projeção de crescimento de 5,9% para a produção e apenas 1,6% para a venda em 2018. A diferença pode ficar para a exportação, mas isso não é muito animador em termos de volume porque a base é muito baixa, com pouco mais de 850 mil motos vendidas em 2017.