Essa bem que poderia se chamar ‘motos que queremos de volta ao Brasil’, né? A Yamaha R6 esteve no lineup da marca por oito anos e deixou as vitrines brasileiras em 2011, há praticamente uma década. Com uma receita de baixo peso, altas rotações e muita esportividade ela deixou uma legião de fãs na saudade.
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O apreço pelo modelo era tão grande que mesmo depois que a Yamaha o retirou do mercado alguns interessados o importavam de forma independente. Enquanto esteve no Brasil, a R6 aqueceu a briga no então pujante mercado das esportivas médias, com ótimas opções de naked e carenadas, nicho que volta a tomar fôlego com a Kawasaki ZX-6R. E gostaríamos de ver esses dois modelos (e ainda outros) disputando espaço nas pistas e no gosto do consumidor novamente.
Motos que queremos no Brasil: Yamaha R6
A atual geração da R6 não é tão nova assim. Foi apresentada ao mundo em um evento nos Estados Unidos ainda no final de 2016, sendo colocada à venda na sequência. A principal novidade em relação à geração anterior está no visual, uma vez que agora ela adotou o mesmo conceito estético da (então) nova superbike Yamaha R1 – que, adivinhem, também não temos por aqui.
Claro que as atualizações estão além do que os olhos podem ver. Assim, a R6 ou a contar com quickshifter, suspensões ajustáveis na frente e atrás, tanque de combustível em alumínio, controle de tração com seis níveis de atuação (além de poder ser desligado) e três modos de pilotagem. Os freios ABS também receberam discos maiores, com dois discos de 320 mm na dianteira e um de 220 mm atrás.
Com foco voltado ao controle, a R6 perdeu potência em relação à sua antecessora. Agora, ela produz 119 cv (a altos 14.500 rpm) contra 129 da geração anterior. Já o torque reduziu de 6,7 kgf.m para 6,3 kgf.m, a 10.500 rpm. Ainda assim, se manteve o tetracilíndrico em linha, de 599 cm³, com duplo comando de válvulas no cabeçote. O câmbio é de seis marchas. O peso total do conjunto em ordem de marcha, considerando todos os fluídos, é de 190 kg.
Nova Yamaha R6 no Brasil
Quando falamos de esportivas somos obrigados a encarar uma dura verdade: nem todos nós somos ‘um Valentino Rossi ou Alexandre Barros‘, que conseguem extrair de forma segura e controlada o máximo da potência de uma motocicleta, ainda que ela tenha mais de 200 cv de potência.
Para muitos motociclistas, as sport médias (supersport) são motos na medida certa, com potência, peso, dimensões, eletrônica e comportamento que garantem, ao mesmo tempo, esportividade e segurança. Assim, esse é o diferencial da categoria.
Há algum tempo esse nicho era aquecido no Brasil, mas aos poucos as opções foram sendo retiradas do mercado – como quando a Honda encerrou as vendas da CBR 600RR por ela não atender à nova legislação de poluentes. Algum tempo antes, a R6 já tinha dado adeus por aqui.
Agora, entretanto, o segmento mostra reação. A nova geração da Kawasaki ZX-6R foi apresentada ainda no ano ado – e com um conjunto equilibrado, aliás. Além disso, rumores apontam que a Honda trabalha no desenvolvimento de uma nova CBR na categoria, inspirada na atual geração da CBR 1000RR-R Fireblade, que deve ser disponibilizada no Brasil assim como a antiga 600RR fora por bons 12 anos.
R 6: preço
Nos Estados Unidos, por exemplo, a Yamaha R6 é oferecida a partir de 12.200 dólares – algo em torno de R$ 72 mil em conversão direta. Já o preço (sugerido, sem eventuais despesas extra como frete) da ZX-6R é bem mais atrativo: R$ 51.490, já na cor ‘Kawasaki Racing Team Réplica’.
Aliás, o preço pode ser um dos principais argumentos de vendas da categoria. Como nenhuma superbike (com motores de 1.000 cm³) à venda no Brasil sai por menos de R$ 70 mil e uma supersport é mais do que suficiente para atender o desejo por esportividade da maioria dos pilotos, fica a dúvida: para que gastar esses R$ 20 mil a mais? Outra pergunta que nos cabe fazer é: quando teremos a R6 aqui para dar mais opções aos fãs deste nicho de mercado?